7º dia Hungria-Eslováquia-Polónia

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Ainda na Hungria, pequeno almoço na cama

Deixo-vos algumas fotos do centro da Cidade de Budapeste

Quase na saída da Hungria fomos apanhados pela policia a 67km/h onde era permitido apenas 50, fomos mandados parar. Conversa para aqui e para ali pusemos a boa disposição de “tuga” começamos a elogiar as Hungaras e a paisagem e a multa começou a baixar de 70€ para 50€ cada moto depois já só era 50€ as duas motos e depois abrimos a carteira e demos o que tinhamos lá (á volta de 6€) e dissemos para eles beberem uma jola, eles riram-se aceitaram e fomos embora. A corrupção policial nestes paises ainda é bastante presente.

Após nos despedirmos da Hungria entrámos na Eslováquia

Encontramos um país abandonado, muito pobre onde não existem praticamente auto estrada, e os carros também não são em grande quantidade. Vê-se muita gente a deslocar-se a pé e com um aspecto realmente pobre, muitos veículos que nos fazem recordar a 2ª Guerra (a andar) janelas partidas, estradas num estado lastimável fruto do abandono estatal aliado ao facto deste país ser basicamente um ponto de ligação europeu para a passagem de camiões TIR de um país para outro (são ás centenas).

A assustadora má condução dos locais aliada aos grandes “sulcos” deixados pelos TIR no alcatrão, juntem mau estado geral das estradas a uma chuva CONSTANTE que se fez sentir desde que entramos até sairmos do país e um frio de rachar com temperaturas sempre abaixo dos 10º fruto das altitudes quase sempre superiores a 800m e vão ver o sofrimento por que tivemos de passar nestes últimos 400km.

As poucas coisas que se vêem do “nosso mundo” nota-se perfeitamente que foram ou estão a ser feitas com a ajuda europeia. Para terem uma ideia da sua fragilidade económica 70% do seu PIB vem da indústria automóvel que é gerida por investidores estrangeiros. É quase como dizer que 70% do rendimento de Portugal viria da Autoeuropa. É um pais que não nos deixou qualquer vontade voltar tirando a beleza natural, que não é melhor que a encontrada na Eslovénia ou Áustria não tem mais nada que nos chame à atenção, terá interesse apenas para quem queira ver como é viver num país de leste(de uma forma soft"), sem sair da UE.

De qualquer forma era um ponto importante na busca do centro da Europa e tínhamos que cá passar.

Mesmo a chover e com o frio que se fazia sentir não desistimos. Até mesmo quando o GPS nos mandou passar por aqui

 

e até mesmo quando o GPS nos mandou por aqui

Mas apesar da KTM estar no seu meio natural a Pan começou a bater com o cárter nas pedras e achamos que estávamos pôr em risco o resto da viagem caso a Pan se estragasse, tentámos encontrar um caminho alternativo. O transito aqui é tão comum que havia um homem que espalhava a lenha pela estrada antes de arrumar no sitio, e tivemos que encontrar um caminho alternativo, porque por ali não havia hipótese.

Depois de muito se procurar sempre de baixo de chuva, muito frio e  muito nevoeiro cá estava ele.

Depois entramos num mosteiro pensando que era uma pensão (vejam bem o nevoeiro que havia) ficamos lá a falar com os monges, eles em Eslovaco nós em inglês (uma coisa esperta) no entanto o objectivo de aquecer as mãos foi conseguido.

Seguimos para o almocito e a comida Eslovaca apesar de picante ficou aprovada.

Que é que vocês escolhiam desta lista

Foi realmente uma prova de resistência, e só dormimos na Polónia pela teimosia de cumprirmos o objectivo, mas chegámos já muito perto da exaustão, com as mãos e o corpo dormentes frio e cansaço acumulado. Só quem anda de moto sabe o desgaste que uma viagem de 400km nestas condições provoca fisicamente e psicologicamente, pois enquanto sentimos dores nas extremidades do corpo e o frio generalizado tentamos conter o instinto natural de andar mais rápido para sairmos daquela situação hostil. Se toda a situação já é adversa se aumentarmos a velocidade aumentamos em muito a possibilidade de cair. Psicologicamente é como estares a queimar um dedo e pensares “vou tirar o dedo devagar para não me doer mais”.

Foi realmente muito cansativo e por isso mesmo vamos dormir porque amanha espera-nos uma tirada grande de 600km até Praga também por nacionais, porque não há AE.

Abraço a todos

Nergal

P.S. temos que dar os parabens aos BT021 da Bridgestone portaram-se à altura, excelentes em seco mas sobretudo em molhado.